Cidade para carros

São Paulo, uma cidade invadida por rodovias e rodoanéis. Marcada por cicatrizes de gestões.

A princípio São Paulo foi feita para pessoas, que se locomoviam por meio de carruagens e bondes.

São Paulo era belo, com uma paisagem natural composta por colinas verdes e rios de planície. Nessa época o contemplar era avivado.

Não sofria de enchentes e nem de inundações.

Mas isso mudou!

Com o governo de Prestes Maia, suas intervenções marcaram São Paulo de uma forma que se perdura até hoje e por muito tempo a fim.

Com seu Plano de Avenidas, retardou a construção do metrô.

Então começaram os trabalhos de abertura de rodovias, passando por cima dos rios da cidade. Sim, os rios de São Paulo foram e são canalizados, correm de baixo dos nossos pés e de baixo de pneus afoitos.

Você já reparou que a cada gestão sai um projeto novo de Rodoanel?

Pois é vivemos em um urbanismo rodoviarista, e estamos repletos de terrenos sub utilizados comportando estacionamentos.

A cidade em tese foi feita para pessoas, mas na prática não é o que acontece.

Se o governo estivesse preocupado com você e comigo, o plano seria outro, talvez aumentaria a malha ferroviárias de trens e metrôs, implantaria o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) ex: Rio de Janeiro, o transporte complementar poderia ser feito por hidrovias como acontece em países europeus. Enfim, investiria em transporte coletivo e não em transporte individual.

Mas com plena certeza, é mais rentável investir em rodovias e rodoanéis, porque envolve ganhos por trás.

Quem cala consente, por isso é importante termos participação nas reuniões de conselho do Plano Diretor da

nossa cidade. Sim, é possível e está na lei o direito de participação da população nessas decisões. Além do mais, nós que vivemos e fazemos parte integralmente desse espaço coletivo que é a cidade.

Autora: Arq. Leticia Mendonça

Fotos da internet

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